Dois aviões colidem com pássaros em Guarulhos

Dois aviões colidem com pássaros em Guarulhos

No último sábado, dia 5 de agosto, o Aeroporto Internacional de Guarulhos, um dos mais movimentados do Brasil, ativou alertas quando duas aeronaves da companhia Latam foram surpreendidas por uma colisão com aves durante suas aterrissagens. Esse tipo de incidente, conhecido como “bird strike”, não é incomum na aviação, mas representa um risco significativo e gera preocupações tanto para as companhias aéreas quanto para os órgãos responsáveis pela administração da fauna nas proximidades dos aeroportos.

Os dois casos registrados ocorreram em um intervalo de apenas 50 minutos, mas, felizmente, ambos os voos conseguiram pousar com segurança, sem que houvesse vítimas ou danos às aeronaves. Contudo, o alerta é um lembrete constante da importância da gestão da fauna em áreas aeroportuárias, uma vez que a presença de aves nas proximidades de aeroportos pode levar a atrasos, cancelamentos e a necessidade de manutenção nos aviões.

De acordo com informações da Latam, no ano anterior, a companhia registrou 513 incidentes do tipo no Brasil, o que equivale a cerca de 4,6% do total de seus voos. Estadísticas preocupantes, considerando que cada bird strike pode afetar a segurança dos passageiros e a integridade das aeronaves. Com isso em mente, torna-se essencial discutir as medidas implementadas, o impacto desses incidentes e a importância de uma gestão eficaz da fauna.

O fenômeno dos bird strikes e suas implicações

Participando de uma discussão sobre o tema, torna-se pertinente entender o que caracteriza um “bird strike”. Trata-se, basicamente, de qualquer colisão entre um pássaro e uma aeronave, que pode ocorrer em várias fases do voo, mas é mais comum durante a decolagem e o pouso. As aves podem causar danos significativos, principalmente quando atingem motores ou superfícies de controle, resultando em riscos que vão desde a necessidade de inspeções e reparos até a possibilidade de acidentes graves.

O fenômeno é um dos desafios enfrentados por aeroportos ao redor do mundo, e a magnitude do problema pode variar de acordo com diversos fatores, incluindo a localização geográfica do aeroporto, suas características ambientais e as medidas de controle da fauna em prática. É importante notar que os bird strikes não afetam apenas a aviação comercial. Na verdade, qualquer tipo de operação aérea — desde voos de carga até voos privados e de táxi aéreo — está sujeita a esse tipo de incidente.

Em Guarulhos, a gestão de bird strikes tornou-se uma prioridade, e a concessionária GRU Airport, que administra o aeroporto, implementou um Plano de Gerenciamento de Risco da Fauna. A iniciativa abrange várias ações, como o manejo de ninhos e ovos, a remoção de poleiros e abrigo, e controle da vegetação local, que pode atrair aves. Técnicas de afugentamento também estão em prática para minimizar as chances de colisões.

O impacto econômico e operacional dos bird strikes

A colisão de um avião com aves pode gerar consequências sérias não apenas em questões de segurança, mas também em termos econômicos e operacionais. Por exemplo, quando um bird strike é reportado, as autoridades podem decidir por um aumento nas operações de manutenção das aeronaves envolvidas, o que se traduz em custos adicionais para as companhias aéreas. Além disso, se um voo é cancelado ou atrasado devido a um incidente com aves, os impactos financeiros se estendem para os passageiros, que podem enfrentar reembolso, realocação em outros voos ou compensações por inconvenientes.

Em um cenário mais amplo, a ocorrência de bird strikes frequentes pode afetar a reputação de um aeroporto, levando a uma possível queda na confiança dos passageiros e, consequentemente, na demanda por voos. Companhias aéreas podem reconsiderar parcerias e investimentos na infraestrutura se as taxas de bird strikes não mostrarem tendência de queda.

As medidas necessárias para garantir a segurança dos voos, portanto, incluem investimentos em tecnologia e treinamento. Algumas companhias aéreas têm adotado sistemas de alerta baseado em radar para monitorar a movimentação das aves nas proximidades dos aeroportos, permitindo que as equipes de controle do tráfego aéreo possam fazer recomendações sobre os voos a partir dessas informações.

Dois aviões colidem com pássaros em Guarulhos: ocorrências recentes

As ocorrências que tiveram lugar no Aeroporto de Guarulhos são um exemplo claro de como a situação pode ser tratada efetivamente quando as devidas precauções estão em posição. Apesar das colisões, a administração aeroportuária se empenhou para garantir a segurança das operações, e o fato de que ambas as aeronaves conseguiram pousar sem incidentes adicionais demontra que a resposta à situação foi adequada.

Evidentemente, o aeroporto de Guarulhos apresenta um dos mais baixos índices de bird strikes entre os principais aeródromos brasileiros. A implementação das estratégias de manejo e controle da fauna, bem como a educação sobre práticas seguras para lidar com a presença de aves, traz um sentimento de otimismo em relação à futura gestão desse problema.

A GRU Airport, em sua defesa, afirma que o número de colisões com aves no aeroporto vem diminuindo consistentemente, com uma redução de 60% entre 2023 e 2024. Tal queda demonstra que as iniciativas e os investimentos na gestão do risco de fauna têm surtido efeito, resultando em um ambiente mais seguro e estável para operações aéreas.

O que pode ser feito para prevenir bird strikes?

Para mitigar as chances de bird strikes, várias ações podem ser implementadas a nível estratégico e operacional. As companhias aéreas, juntamente com os gestores de aeroportos, precisam considerar uma série de medidas proativas:

  • Monitoramento constante: Uso de tecnologias avançadas, como radares e câmeras, para acompanhar a atividade aviar nas áreas ao redor dos aeroportos.
  • Educação e conscientização: Treinamento para pilotos e equipes de manutenção a respeito dos riscos associados a bird strikes e das melhores práticas para evitar incidentes.
  • Gestão ambiental: Implementação de iniciativas de controle da fauna, incluindo o manejo de habitats que atraem aves e medidas para a recuperação de ecossistemas locais.
  • Colaboração com especialistas: Trabalho junto a biólogos e ornitologistas para entender melhor os padrões de comportamento das aves e como isso se relaciona com as operações aéreas.

As ações coletivas não só têm o potencial de reduzir a incidência de bird strikes, como também contribuem para um ambiente mais harmonioso em que a aviação e a fauna podem coexistir.

Perguntas frequentes sobre bird strikes e a segurança das aeronaves

Como esse tema é de interesse para muitos, é comum que surjam algumas dúvidas. Abaixo, estão algumas das perguntas mais frequentes sobre bird strikes e como as companhias aéreas e os aeroportos lidam com eles.

O que é um bird strike?
Um bird strike é a colisão entre uma aeronave e uma ave. Esse tipo de incidente pode ocorrer em diferentes fases do voo, sendo mais comum durante o pouso e a decolagem.

Quais são os riscos associados a bird strikes?
Os riscos incluem danos à aeronave, especialmente aos motores e superfícies de controle, que podem comprometer a segurança do voo.

Como os aeroportos gerenciam a fauna para evitar bird strikes?
Aeroportos implementam planos de gerenciamento de risco de fauna, que incluem ações como controle de vegetação, manejo de ninhos e ovos, e afugentamento de aves.

Qual é a frequência de bird strikes no Brasil?
No último ano, a Latam registrou 513 incidentes de bird strike, representando cerca de 4,6% de seus voos.

O que acontece após um bird strike ser reportado?
Após um bird strike, as aeronaves geralmente são submetidas a inspeções rigorosas para avaliar possíveis danos, e as autoridades podem decidir por atrasos ou cancelamentos de voos.

Há tecnologias que ajudam a prevenir bird strikes?
Sim, algumas companhias aéreas e aeroportos utilizam tecnologia de radar para monitorar a movimentação das aves e, assim, realizar intervenções em tempo real.

Conclusão

Os incidentes que ocorreram no Aeroporto Internacional de Guarulhos são um lembrete da dinâmica complexa que envolve a aviação e a biodiversidade local. O fato de que dois aviões colidiram com pássaros e pousaram em segurança é um testemunho da eficácia dos protocolos implementados pela companhia aérea e pela administração do aeroporto. Contudo, a luta contra os bird strikes não é uma batalha que se ganha apenas ao lidar com as consequências, mas também um esforço contínuo para prevenir esses eventos.

Com práticas adequadas de gerenciamento da fauna e um compromisso com a segurança aérea, a indústria pode avançar na busca por uma aviação mais segura e eficiente. As últimas estatísticas mostram que a tendência é positiva e que iniciativas contínuas podem levar a uma redução ainda maior nos incidentes, garantindo que as viagens aéreas permaneçam uma das formas mais seguras e confiáveis de deslocamento. A comunicação e colaboração entre todos os envolvidos — desde companhias aéreas até biólogos — será fundamental para navegar pelos desafios do futuro na aviação e na conservação da fauna.