A aviação é um dos meios de transporte mais seguros do mundo, mas nem sempre está 100% livre de riscos. Um dos problemas que a aviação enfrenta, e que pode comprometer essa segurança, são as colisões entre aeronaves e aves. Esses incidentes, conhecidos como bird strikes, têm se tornado uma preocupação crescente, especialmente em aeroportos movimentados como o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Recentemente, dois aviões da Latam tiveram experiências incômodas ao colidir com pássaros durante os pousos, o que trouxe à tona a importância de discutir o impacto desse tipo de incidente na aviação.
A Latam Airlines, uma das maiores companhias aéreas do Brasil e da América Latina, tem enfrentado um aumento significativo no número de bird strikes. Em 2024, foram registrados 513 casos envolvendo suas aeronaves, um número alarmante que reflete um problema que parece não ter solução fácil. Esses eventos não só causam um impacto imediato na segurança operacional, como podem levar a voos cancelados, atrasos, aumento dos custos de manutenção e, principalmente, preocupações com a segurança de passageiros e tripulação.
Por que ocorrem tantas colisões de aeronaves com pássaros?
As colisões entre aviões e aves ocorrem fundamentalmente devido à presença de fauna nas proximidades dos aeroportos. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informa que, em média, dez aviões colidem com aves diariamente no Brasil. Dessas colisões, cerca de seis envolvem aeronaves da aviação comercial, como os voos da Latam. Essas ocorrências são a segunda maior causa de incidentes aeronáuticos, superadas apenas por falhas ou mau funcionamento de componentes do avião.
A presença de aves em áreas próximas aos aeroportos é um fator que, infelizmente, é difícil de controlar. Diversos aspectos contribuem para que as aves se aproximem dos terminais: a oferta de alimentos, abrigo e locais favoráveis para fazer ninhos. Os aeroportos são frequentemente cercados por grandes áreas de vegetação, que atraem aves, além de estarem localizados próximos a corpos d’água, que são habitat natural para muitas espécies.
Os aeroportos brasileiros enfrentam um grande desafio quando se trata da gestão da fauna. Medidas como o controle de vegetação, manejo de ovos e ninhos, e técnicas de afugentamento são implementadas para minimizar a presença de aves nas áreas de risco. Entretanto, esses esforços nem sempre são suficientes. A complexidade do problema aumenta porque as aves não seguem um padrão fixo e podem se mover rapidamente, dificultando a previsão de suas rotas e presença.
O que pode ser feito para evitar?
Após os recentes incidentes envolvendo bird strikes, medidas mais rigorosas foram implementadas no Aeroporto de Guarulhos, onde as colisões se mostraram um problema recorrente. A Gru Airport, concessionária do aeroporto, destaca que embora o aeroporto já apresente um dos menores índices de colisão com aves entre os principais aeroportos do Brasil, ainda é fundamental continuar monitorando e implementando estratégias eficazes para minimizar esses eventos.
Diversas ações estão incluídas no plano de gerenciamento de fauna, como o controle da vegetação nos arredores do aeroporto, remoção de poleiros e abrigos e utilização de técnicas de afugentamento, que têm obtido resultados positivos nos últimos anos. Uma diminuição significativa de 60% nos casos de bird strikes foi registrada entre 2023 e 2024, o que demonstra que há progresso, mas ainda é preciso um esforço contínuo.
Exemplos de técnicas de afugentamento utilizadas incluem a instalação de dispositivos sonoros que imitam predadores, além de utilização de aves de rapina, que têm uma função natural de controle sobre outras aves. Contudo, é uma batalha constante, pois à medida que novas práticas são integradas, as aves também se adaptam.
O futuro da gestão de fauna nos aeroportos
Um dos pontos cruciais na redução de colisões com pássaros é a colaboração entre diversas partes interessadas. Autoridades aeroportuárias, companhias aéreas e órgãos reguladores precisam trabalhar em conjunto para desenvolver soluções inovadoras e sustentáveis para esse problema. A formação de comitês para o debate e compartilhamento de conhecimento sobre práticas bem-sucedidas em outras partes do mundo, por exemplo, pode ajudar as autoridades brasileiras a encontrar novas abordagens para solucionar as colisões.
Além disso, investir em tecnologia é fundamental. O uso de drones para monitorar populações de aves e identificar áreas de risco é uma possibilidade que pode revolucionar a gestão da fauna. Tais inovações não só melhoram a segurança operacional, mas também propõem um olhar mais integrado sobre as operações nos aeroportos, levando em conta a fauna e a flora.
Por fim, é importante que passageiros e funcionários das companhias aéreas estejam cientes do problema dos bird strikes. Educação e conscientização podem desempenhar um papel significativo na minimização de riscos associados a esses incidentes. Com a promoção de iniciativas que envolvam a conscientização da segurança da aviação e o respeito ao meio ambiente, espera-se que as futuras gerações de passageiros e trabalhadores da aviação compreendam a importância de um equilíbrio entre a aviação e a vida selvagem.
Colisão com pássaros causa incidentes com aviões da Latam em Guarulhos: Perguntas Frequentes
Como acontecem as colisões entre pássaros e aeronaves?
As colisões ocorrem quando aves cruzam a trajetória de um avião, particularmente durante decolagens e pousos, quando a velocidade é mais baixa e a capacidade de manobra é limitada.
Qual é a frequência de bird strikes no Brasil?
A média é de aproximadamente dez colisões por dia entre aviões e aves, sendo que a maioria envolve aeronaves comerciais.
As colisões com pássaros são sempre perigosas?
Embora possam ser assustadoras, muitas colisões não resultam em danos significativos às aeronaves devido à estrutura resistente das mesmas. No entanto, qualquer incidente desse tipo precisa ser tratado com seriedade.
O que as companhias aéreas estão fazendo para prevenir bird strikes?
Companhias aéreas, como a Latam, estão implementando planos de gerenciamento de fauna que incluem monitoramento ativo, uso de técnicas de afugentamento e controle de áreas ao redor dos aeroportos.
Quais são as tecnologias mais promissoras para evitar colisões com aves no futuro?
A tecnologia de drones para monitoramento de populações de aves é uma das mais promissoras, permitindo uma avaliação em tempo real e intervenções rápidas.
Qual é a responsabilidade dos aeroportos na gestão da fauna?
Os aeroportos devem desenvolver e implementar planos eficazes para controlar a população de aves nas proximidades, sendo responsáveis pela segurança operacional.
Conclusão
A questão das colisões com pássaros permanece um desafio significativo para a aviação, especialmente em um país como o Brasil, onde a riqueza da fauna é vasta e a atividade aeroportuária intensa. As recentes ocorrências envolvendo aviões da Latam em Guarulhos destacam a necessidade urgente de medidas adequadas para garantir não apenas a segurança dos voos, mas também preservar a vida selvagem. A colaboração entre as partes interessadas, o investimento em tecnologia e a conscientização sobre o tema são passos fundamentais para um futuro mais seguro para a aviação brasileira. Assim, a segurança dos passageiros e das tripulações pode ser mantida, permitindo que todos voem com tranquilidade e confiança.